Bombeiros vasculham Bento Rodrigues, distrito arrasado pelos rejeitos de minério. Foto: Corpo de Bombeiros (UOL)
O seguro da Samarco referente à responsabilidade civil sobre o rompimento de barragens em Mariana, Minas Gerais, não será suficiente para pagar gastos com recuperação de áreas atingidas e multas, afirmou o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani.
O executivo, que participou de teleconferência com analistas nesta segunda-feira, explicou no entanto que a apólice contempla valor "expressivo" relacionado ao risco operacional, para recompor valores relacionados a gastos com danos materiais às estruturas da empresa e com a interrupção de negócios da mineradora.
"Mas no que diz respeito a responsabilidade civil, o seguro da Samarco é bem inferior já aos primeiros valores que estão se discutindo de indenizações. Por exemplo, ele é inferior a própria multa que o Ibama já aplicou à companhia", disse Siani.
Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff responsabilizou a Samarco pelo desastre provocado pelo rompimento das duas barragens Minas Gerais e anunciou uma multa "preliminar" de 250 milhões de reais à companhia a ser aplicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A Vale tem 50 por cento da Samarco, em parceria com a BHP Billiton.
As ações da mineradora brasileira aceleraram perdas durante a teleconferência. O papel preferencial caía 2,4 por cento às 15h50, enquanto o Índice Bovespa tinha ganhos de 0,4 por cento.
O executivo reiterou o compromisso da Vale de dar suporte às atividades da Samarco necessárias para que sejam mitigados todos os danos ambientais e sociais causados pelo rompimento das barragens que despejaram toneladas de lama, inundando localidades e poluindo o importante Rio Doce, que abastece muitas cidades em Minas Gerais e Espírito Santo.
O executivo frisou que além de "ser o certo a fazer", a recuperação de danos ambientais e o suporte para a recuperação de comunidades serão necessários para que as mineradoras obtenham as aprovações das autoridades para que Samarco volte a operar na região do desastre.
"A Samarco tem condições de gerar um caixa através da venda de alguns serviços e da venda de energia, por exemplo, que seria aproximadamente equivalente aos seus custos fixos", declarou.
Fonte: Reuters.
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