Governo federal deixará de subsidiar
seguro do financiamento habitacional.
Acréscimo deve ser pequeno, mas tende
a crescer de acordo com a idade.
O governo federal deixará de subsidiar
o seguro do financiamento habitacional no âmbito do programa Minha Casa Minha
Vida, informou nesta quinta-feira (17) a Caixa Econômica Federal, movimento que
aumentará o valor das prestações para os novos contratos.
Desde semana passada, o Fundo
Garantidor da Habitação Popular (FGHab), criado pelo governo para cobrir
sinistros como morte do mutuário ou dano ao imóvel para as faixas 2 e 3 do
Minha Casa Minha Vida, não recebeu mais recursos, após ter atingido as 2 milhões
de unidades previstas inicialmente.
O FGHab também cobria pagamento de
prestações em caso de desemprego e redução temporária da capacidade de
pagamento, numa espécie de empréstimo que poderia ser restituído
posteriormente.
"Com o atingimento do número estabelecido
por lei, as concessões dos financiamentos com cobertura do FGHab foram
encerradas", informou a Caixa, em nota. O banco acrescentou que permanecem
inalteradas as condições para os contratos vigentes que já contam com a
garantia do Fundo.
Com a mudança, os novos contratos do
programa terão condições semelhantes às dos demais financiamentos imobiliários,
que preveem a contratação obrigatória de seguro de mercado pelo mutuário.
A apólice padrão é composta pela
proteção contra morte e invalidez permanente (MIP) e contra danos físicos do
imóvel (DFI). O seguro corresponde a uma parcela fixa de 0,5% sobre o valor da
prestação e uma parcela variável de acordo com a idade do devedor.
Simulações
Na prática, o acréscimo nas prestações
deve ser pequeno, mas tende a crescer para os tomadores com idade mais
avançada, dado que o valor do seguro por morte é maior, disse à Reuters a
consultora imobiliária Daniele Akamine.
Numa simulação feita por ela, para um
financiamento de R$ 100 mil com prazo de 360 meses para um tomador de 35 anos,
o valor total do seguro praticamente dobra, para pouco mais de 10 mil reais.
Nas prestações, o valor do seguro sobe de cerca de R$ 8 para R$ 22. Para um
tomador com 60 anos, mesmo com prazo menor, de 240 meses, o valor total do seguro
sobe de R$ 15 mil paraR$ 29 mil, segundo ela.
"Não chega a ser um valor que
comprometa a aprovação do financiamento, mas com a queda do poder aquisitivo
das famílias, qualquer acréscimo tende a ser mais sentido", disse Daniele.
A mudança acontece no momento em que
construtoras aguardam o lançamento da terceira fase do Minha Casa Minha Vida,
esperado para acontecer no começo de 2016, após um ano de lançamentos reduzidos
diante da recessão e estoques elevados.
Fonte: G1.
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